
Os helmintos são causadores de muitas doenças, conhecidas vulgarmente como verminoses de humanos – como a esquistossomose, ascaridíase, teníase, cisticercose, filariose, entre outras – que podem ter sua ocorrência relacionada a condições precárias de higiene e de saneamento. A Coleção contempla, ainda, verminoses de interesse veterinário.
Por dentro da Coleção - Curador da Coleção desde 2007, o pesquisador do Laboratório de Helmintos Parasitos de Vertebrados (LHPV) do IOC, Marcelo Knoff, é responsável por administrar o funcionamento e garantir constantes melhorias para o espaço. O interesse de Knoff sobre helmintos vem desde a graduação, e continuou no estágio na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), seguindo-se na formação como mestre em Parasitologia Veterinária-Medicina Veterinária (UFRRJ) e como doutor em Biologia Parasitária (IOC). De acordo com o especialista, a importância principal da Coleção reside na preservação dos helmintos lá depositados, que são representantes da biodiversidade mundial. A maior parte dos estudos conduzidos com base nos espécimes do acervo é de caráter taxonômico, ou seja, inclui processos de identificação, descrição, nomenclatura e classificação.
"Aqui existem helmintos depositados desde o início do século XX, totalizando 872 tipos, entre holótipos e parátipos, de espécies coletadas no Brasil e no exterior", afirma. Enquanto os holótipos são utilizados como base para descrição de uma nova espécie, os parátipos são os espécimes semelhantes de um mesmo lote depositado. A cada ano, aproximadamente 250 novos lotes de helmintos são depositados, o que resulta em um grande fluxo de crescimento anual. Entre 2003 e 2012, 3.774 lotes foram depositados por pesquisadores do Brasil e 65 lotes foram recebidos de instituições do exterior.
Em dia com as tendências - O ambiente que abriga o acervo sofreu importantes mudanças ao longo de 2007 e 2008, por meio de suporte financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), obtido a partir de projeto desenvolvido pelas ex-curadoras Delir Corrêa Gomes Maués da Serra Freire, atual chefe do Laboratório de Helmintos Parasitos de Vertebrados do IOC, e Dely Noronha de Bragança Magalhães Pinto. Além de melhorias de infraestrutura, saíram as estantes e gavetas de madeira do início do século XX e entraram em cena modernos armários deslizantes de aço. O espaço é suficiente para comportar os atuais itens da Coleção, depositados ao longo de um século, e ainda abrigar os depósitos a serem realizados nos próximos 100 anos.
O gerenciamento de dados do acervo também foi modernizado: as tradicionais fichas catalográficas ganharam o mundo virtual. Segundo o curador, apostar em tecnologia favorece a pesquisa virtual dos itens da Coleção, procurada por pesquisadores do Brasil e do exterior. "Concluímos a digitalização, iniciada em 2003, das fichas de todos os helmintos depositados. Hoje, as informações estão disponíveis online para consulta de forma gratuita", salienta.
Serviços oferecidos - Atualmente, o cuidado da Coleção Helmintológica é responsabilidade de uma equipe zelosa, formada por pesquisadores, técnicos e bolsistas que atuam em atividades de preservação e de atualização de dados. As amostras estão preservadas em lâminas ou acondicionadas em frascos, em meio líquido (álcool, formol, entre outros). Devido à evaporação do líquido e aos processos comuns de deterioração dos recipientes, é preciso fazer manutenção regularmente. A equipe também acompanha visitas e consultas ao acervo, a partir de solicitações de cientistas de diversas instituições. "Essas visitas são programadas, geralmente com um mês de antecedência, tanto para finalidade de pesquisa quanto para conhecer a Coleção", afirma Marcelo.
Além dos depósitos, o empréstimo de espécimes é um dos principais serviços prestados. Em geral, o serviço é procurado por pesquisadores em busca de um item específico, com base no nome da espécie e numeração no acervo. "Muitas vezes, pesquisadores solicitam empréstimos dos helmintos para comparar as suas estruturas morfológicas e a morfometria com as espécies por eles encontradas", contou Marcelo.
De 2003 a 2012, foram realizados 2.519 empréstimos em território nacional e 673 itens serviram de base para pesquisas fora do país. No Brasil, além dos Laboratórios do IOC, as instituições que mais solicitaram serviços da Coleção foram a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade Estadual de Maringá. A Coleção disponibiliza empréstimos para pesquisadores de qualquer parte do mundo, desde que estejam vinculados a uma instituição. Entre os países que já solicitaram empréstimos de helmintos da Coleção estão Argentina, Estados Unidos, México, Itália, França, Bélgica, Suíça e Cuba. Leia mais no site do IOC.
Fonte: Fiocruz
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