sábado, 5 de maio de 2012

Afinal, o PSA é útil ou não para definir o tratamento de câncer de próstata?

                                                                Há pouco mais de duas semanas, um estudo colocou em xeque o principal forma de fazer a detecção do câncer de próstata: a medição dos níveis de PSA no organismo. PSA é a sigla em inglês para antígeno prostático específico, um importante marcador para determinar quais homens precisam de biópsia e quais deles têm menor risco de desenvolver a doença. Segundo esse estudo, o exame de PSA elevaria a quantidade de falsos positivos de câncer de próstata, levando pacientes a fazer a biopsia, que pode, entre outros problemas, causar incontinência urinária e até impotência sexual. A pesquisa, no entanto, não aponta uma alternativa ao exame de PSA.
Um novo estudo, realizado pela conceituada Clínica Mayo, apresentado durante o encontro da Sociedade Americana de Urologia, na Califórnia, porém, reafirma a importância do PSA na detecção do câncer de próstata — pelo menos como um importante fator a ser avaliados pelos médicos. Os pesquisadores acompanharam mais de 600 homens entre 40 e 79 anos desde 1990. O estudo mostrou que homens com 40 anos com um valor-base de PSA igual ou superior ao PSA mediano eram muito mais propensos a passar por uma biópsia e serem diagnosticados com baixo risco de câncer de próstata. Resultados similares foram encontrados em homens com 50 anos de idade. Segundo os resultados, 89% dos tumores foram encontrados nos pacientes foram classificados como baixo risco.
"Se você esperar e acompanhar esse doente, é possível fazer com que ele conviva com a doença durante muitos anos e sem eventuais complicações", explica Wilson Bachega Júnior, urologista do Hospital AC Carmargo, em São Paulo. "Quanto mais jovem for feito o exame, maiores são as chances de encontrar um indício de câncer. Agora, 11% desses tumores, segundo o estudo, podem ser agressivos. Então, quem deve ser tratado?", questiona Júnior.
Segundo Jeffrey Karnes, coautor do estudo, o levantamento mostra que há uma clara relação entre o exame de PSA e o futuro do tratamento. "A decisão de usar o teste é melhor se for feita pelo paciente, a partir de orientação do médico", diz Karnes.
O teste de PSA é uma forma comum para que os médicos determinem o risco potencial de um paciente desenvolver câncer de próstata. O teste mede a quantidade de PSA, uma proteína produzida pelas células da próstata, no sangue do paciente.
Níveis elevados de PSA podem ocorrer por uma série de fatores, incluindo aumento benigno da próstata ou inflamação do trato urinário. Por exemplo, se o médico suspeitar de câncer, a biópsia de células da próstata provavelmente será solicitada para confirmar o diagnóstico.
No início deste mês, um grupo de cientistas ligados ao governo dos Estados Unidos, US Preventive Services Task Force, contraindicou o uso do PSA para diagnóstico para homens saudáveis e sem sintomas. Segundo o grupo, "a baixa especificidade do exame PSA, junto com sua incapacidade para distinguir os tumores benignos dos agressivos, fazem com que haja um diagnóstico excessivo de câncer de próstata em um número considerável de homens."
Uma pesquisa recente, publicada na revista especializada The Journal of Urology, mostrou que homens submetidos à biópsia para diagnóstico de câncer de próstata têm o dobro de chance de serem internados com complicações quando comparados com pacientes que não passam por esse procedimento.
A próstata é um órgão, que tem o formato de uma noz, e pesa 20 gramas. Ela é atravessada pelo canal de urina. Em geral, quem tem câncer de próstata não apresenta sintomas. O diagnóstico é feito a partir da visita ao médico e também do exame de PSA. "Não é comum que a pessoa tenha câncer de próstata antes dos 50 anos e a incidência aumenta muito após os 70", diz Júnior. "Recomendamos a busca por um médico em pessoas a partir dos 40 anos se houver o registro da doença em algum membro da família", explica.
O tratamento consiste na retirada da próstata (prostatectomia), realização de radioterapia, além do uso de medicamentos que bloqueiam o hormônio masculino testosterona. Entre as consequências mais comuns, estão a impotência sexual e a incontinência urinária. "O tratamento pode trazer um impacto na qualidade de vida do homem. Quanto mais jovem for tratado, menores os riscos de impotência e incontinência", afirma Júnior.

Fonte: Veja Online

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