sexta-feira, 20 de abril de 2012

ENSP e O Globo lançam campanha pela toninha

                                                                          
Você gosta de praia limpa? A toninha também gosta e precisa disso para viver! Solidária com essa causa, a Escola Nacional de Saúde Pública acaba de lançar o site Toninha, cadê você? Com esse novo espaço, a ENSP pretende divulgar esse discreto cetáceo – um primo pequeno das baleias, botos e golfinhos –, que corre risco de extinção, principalmente por causa das redes de pesca e da poluição dos mares. Essa ação também está embasada no Plano de Ação Nacional para a Conservação da Toninha, que tem como um dos organizadores o pesquisador da ENSP e coordenador do Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos, Salvatore Siciliano. O jornal O Globo está apoiando esse projeto da ENSP e inicia no domingo (22/4) uma campanha de ampla cobertura para promover iniciativas de preservação do cetáceo, que se insere em um dos principais temas da Rio+20: o uso sustentável dos oceanos. O site traz informações atuais sobre as toninhas, documentos, fotos, vídeos e um manifesto contra a construção de portos e estaleiros na costa. Acesse e participe dessa iniciativa!

A toninha é um símbolo do Rio de Janeiro, que tem em suas praias o seu habitat natural. Seu nome científico é Pontoporia blainvillei, mas ela é popularmente conhecida como toninha, boto-cachimbo, boto-amarelo, franciscana e, ainda, golfinho-do-Prata. Elas fazem parte de um grupo denominado “cetáceo odontoceto”, ou seja, mamíferos aquáticos que passam toda a sua vida na água e possuem dentes – diferentemente das grandes baleias.

Por ser uma espécie seriamente ameaçada de extinção, em 2005 a toninha foi foco de um plano de ação nacional, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O documento teve a participação do pesquisador Salvatore Siciliano como um dos autores e organizadores. Segundo o texto do Plano, há aproximadamente meio século as toninhas vêm sendo capturadas em grande número por essas redes. Hoje, há evidências científicas de que essas capturas são insustentáveis, enquanto medidas de conservação e controle tardam a ser implementadas, mesmo já tendo sido recomendadas em documentos anteriores.
Agora, em 2012, em consonância com um dos principais temas da Conferência Rio+20 – o uso sustentável dos oceanos –, o jornal O Globo desenvolveu uma campanha em favor da preservação da toninha, que objetiva colaborar para a conscientização da sociedade a respeito da limpeza das praias e da preservação ambiental. Para isso, buscou a parceria da ENSP, que está lançando nesta sexta-feira (20/4) um site especial sobre o pequeno cetáceo, que vem sumindo do litoral brasileiro. Até a Conferência Rio+20, que acontecerá em junho de 2012, O Globo promoverá várias iniciativas de preservação da espécie. O tema também estará presente nos estandes do jornal e da ENSP/Fiocruz durante a conferência.

O site também traz o manifesto, elaborado pelo Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (GEMM-Lagos/ENSP), que insta as pessoas a se manifestar contra a construção de tantos portos e estaleiros na costa pelo direito das toninhas e de outros cetáceos de continuar existindo. O site, que foi desenvolvido e será alimentado pela Coordenação de Comunicação Institucional da ENSP, visa, ainda, à circulação dessas informações nas redes sociais, como Facebbok e Twitter. Todos os interessados podem acessar, assinar, seguir e curtir as toninhas nesses meios.

A toninha é uma das menores espécies de golfinhos existentes. Sua coloração varia de cinza-pálido a pardo-amarelado, com ventre mais claro. Ela tem o rosto visivelmente
alongado, os olhos e nadadeiras pequenos e mais de 200 dentes. Apenas no litoral do Rio Grande do Sul estima-se que pelo menos mil toninhas morram todos os anos em redes de pesca. Mas a degradação dos ambientes costeiros também contribui para a redução das populações, pois as toninhas são muito sensíveis à poluição das praias, ao ruído de embarcações e construções portuárias.

O Plano de Ação Nacional foi elaborado a partir dos resultados obtidos pela execução de dois projetos de pesquisa e conservação financiados pelo Ministério do Meio Ambiente: Estratégias de Conservação para a Toninha nas Áreas de Manejo I e II: Buscando Alternativas para Salvar uma Espécie e o projeto Conservação e Biologia de Pontoporia blainvillei.

Além do trabalho da comunidade científica e das ONGs ambientalistas, o Plano de Ação também aponta que é preciso que se acrescente o entendimento das comunidades locais a respeito da urgência de se adotarem medidas para a recuperação das toninhas. É imperativo que o Estado exerça suas atribuições, incluindo regulamentação e fiscalização de atividades pesqueiras, de educação ambiental, fomento à pesquisa e até mesmo a oferta de novas opções de trabalho para o homem que, ao buscar a sua sobrevivência, acaba destruindo outra espécie.

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