Você gosta de praia limpa? A toninha também gosta e precisa disso para
viver! Solidária com essa causa, a Escola Nacional de Saúde Pública acaba de
lançar o site Toninha, cadê você? Com esse novo espaço, a ENSP pretende
divulgar esse discreto cetáceo – um primo pequeno das baleias, botos e
golfinhos –, que corre risco de extinção, principalmente por causa das redes de
pesca e da poluição dos mares. Essa ação também está embasada no Plano de Ação
Nacional para a Conservação da Toninha, que tem como um dos organizadores o
pesquisador da ENSP e coordenador do Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da
Região dos Lagos, Salvatore Siciliano. O jornal O Globo está apoiando esse
projeto da ENSP e inicia no domingo (22/4) uma campanha de ampla cobertura para
promover iniciativas de preservação do cetáceo, que se insere em um dos
principais temas da Rio+20: o uso sustentável dos oceanos. O site traz
informações atuais sobre as toninhas, documentos, fotos, vídeos e um manifesto
contra a construção de portos e estaleiros na costa. Acesse e participe dessa
iniciativa!
A toninha é um símbolo do Rio de Janeiro, que tem em suas praias o seu
habitat natural. Seu nome científico é Pontoporia blainvillei, mas ela é
popularmente conhecida como toninha, boto-cachimbo, boto-amarelo, franciscana
e, ainda, golfinho-do-Prata. Elas fazem parte de um grupo denominado “cetáceo
odontoceto”, ou seja, mamíferos aquáticos que passam toda a sua vida na água e
possuem dentes – diferentemente das grandes baleias.
Por ser uma espécie seriamente ameaçada de extinção, em 2005 a toninha
foi foco de um plano de ação nacional, coordenado pelo Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O documento teve a participação do
pesquisador Salvatore Siciliano como um dos autores e organizadores. Segundo o
texto do Plano, há aproximadamente meio século as toninhas vêm sendo capturadas
em grande número por essas redes. Hoje, há evidências científicas de que essas
capturas são insustentáveis, enquanto medidas de conservação e controle tardam
a ser implementadas, mesmo já tendo sido recomendadas em documentos anteriores.
Agora, em 2012, em consonância com um dos principais temas da
Conferência Rio+20 – o uso sustentável dos oceanos –, o jornal O Globo
desenvolveu uma campanha em favor da preservação da toninha, que objetiva
colaborar para a conscientização da sociedade a respeito da limpeza das praias
e da preservação ambiental. Para isso, buscou a parceria da ENSP, que está
lançando nesta sexta-feira (20/4) um site especial sobre o pequeno cetáceo, que
vem sumindo do litoral brasileiro. Até a Conferência Rio+20, que acontecerá em
junho de 2012, O Globo promoverá várias iniciativas de preservação da espécie.
O tema também estará presente nos estandes do jornal e da ENSP/Fiocruz durante
a conferência.
O site também traz o manifesto, elaborado pelo Grupo de Estudos de
Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (GEMM-Lagos/ENSP), que insta as pessoas
a se manifestar contra a construção de tantos portos e estaleiros na costa pelo
direito das toninhas e de outros cetáceos de continuar existindo. O site, que
foi desenvolvido e será alimentado pela Coordenação de Comunicação
Institucional da ENSP, visa, ainda, à circulação dessas informações nas redes
sociais, como Facebbok e Twitter. Todos os interessados podem acessar, assinar,
seguir e curtir as toninhas nesses meios.
A toninha é uma das menores espécies de golfinhos existentes. Sua
coloração varia de cinza-pálido a pardo-amarelado, com ventre mais claro. Ela
tem o rosto visivelmente
alongado, os olhos e nadadeiras pequenos e mais de 200 dentes. Apenas
no litoral do Rio Grande do Sul estima-se que pelo menos mil toninhas morram
todos os anos em redes de pesca. Mas a degradação dos ambientes costeiros
também contribui para a redução das populações, pois as toninhas são muito
sensíveis à poluição das praias, ao ruído de embarcações e construções
portuárias.
O Plano de Ação Nacional foi elaborado a partir dos resultados obtidos
pela execução de dois projetos de pesquisa e conservação financiados pelo
Ministério do Meio Ambiente: Estratégias de Conservação para a Toninha nas
Áreas de Manejo I e II: Buscando Alternativas para Salvar uma Espécie e o
projeto Conservação e Biologia de Pontoporia blainvillei.
Além do trabalho da comunidade científica e das ONGs ambientalistas, o
Plano de Ação também aponta que é preciso que se acrescente o entendimento das
comunidades locais a respeito da urgência de se adotarem medidas para a
recuperação das toninhas. É imperativo que o Estado exerça suas atribuições,
incluindo regulamentação e fiscalização de atividades pesqueiras, de educação
ambiental, fomento à pesquisa e até mesmo a oferta de novas opções de trabalho
para o homem que, ao buscar a sua sobrevivência, acaba destruindo outra
espécie.
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