quarta-feira, 14 de março de 2012

O mapa para a excelência






Planejamento estratégico ajuda a melhorar o desempenho das instituições de saúde e a reduzir os impactos ambientais

O foco do trabalho de qualquer instituição de saúde é restabelecer e manter a saúde de seus pacientes, mas para se buscar a excelência é fundamental estar atento não apenas ao resultado final, mas também ao bom desempenho de seu papel social. A adoção de um plano estratégico pode ajudar não só no alcance da melhoria na assistência quanto no incremento da produtividade e na adequação dos impactos sociais e ambientais. É o que aponta o engenheiro Célio Galvão, co-autor do livro Fazendo Acontecer na Qualidade Total - Análise e Melhoria de Processos.
            O planejamento estratégico compreende uma série de ações para que a empresa tenha maiores chances de atingir seus objetivos, superando problemas e desafios tanto no cenário interno quanto no externo. De acordo com Galvão, para o sucesso de um plano, é preciso considerar não apenas a relação da instituição com pacientes e familiares, mas também com os acionistas, com seus profissionais, com seus fornecedores, com seus ‘pagadores’, com os órgãos reguladores e com a sociedade em geral.
“O Planejamento Estratégico é fundamental para a sobrevivência e o desenvolvimento sustentável de uma organização. O primeiro elemento a ser levado em consideração no desenvolvimento de um plano estratégico é uma análise profunda de onde se quer chegar, quais os obstáculos e as facilidades para se chegar lá, quais as transformações possíveis no ambiente social, econômico e político no qual a organização está inserida”, analisa o especialista. No caso da atenção à saúde existe outro aspecto que é o conhecimento e o respeito à legislação vigente. “Pode parecer algo óbvio, mas não é. Eu arrisco a dizer que em um número grande de instituições não segue à risca o que determina a legislação pertinente, seja por julgá-las rígidas demais ou por falta de condições para atendê-las”, afirma. “Hoje a sociedade está cada vez mais consciente de como fazer valer seus direitos, o que gera não só uma demanda maior por excelência nos serviços de instituições públicas e privadas, o que aumenta o risco de ações na Justiça por falhas cometidas”, observa.       
            Especialista em Gestão Institucional, Célio Galvão afirma que “um processo de planejamento estratégico deve estar associado à necessidade de se superar desafios institucionais”, e em seu preparo e execução deve-se envolver não apenas a alta chefia, mas também outros setores e níveis hierárquicos. “De nada vale a criação de um plano sem disseminá-lo entre os colaboradores da instituição que irão implementá-lo. Já vi casos de confusão entre informações estratégicas, que devem ser mantidas em sigilo face a concorrência, e plano estratégico, que deve nortear a todos da organização. Para isso, não basta divulgar aos funcionários, é preciso motivar, analisar suas dificuldades e também instiga-los a superar desafios”, analisa o especialista. “Para que as pessoas estejam engajadas, é preciso que elas tenham consciência da necessidade que se faz em se vencer os tais desafios institucionais, a confiança de que é possível superá-los, a noção clara de seu papel e da importância em bem desempenhá-lo, e a confiança nas lideranças. Sem esses elementos concomitantes, vai ser muito difícil esperar um comportamento amigável frente ao plano estratégico da empresa”, assegura.

Novos desafios
            Galvão lembra que os grandes eventos esportivos nos próximos anos, como Copa do Mundo e Olimpíadas, exigirão dos hospitais mudanças em seus planejamentos estratégicos para os próximos anos, como a inclusão de planos de contingência de catástrofes. Para ele, o planejamento não pode ser de forma alguma estático, e sim adaptar-se a cada nova mudança no cenário. “Um plano estratégico não deve ser como uma bala de canhão, que uma vez disparada, torcemos para atingir o objetivo. Ele deve ser como um míssil teleguiado, que corrige sua rota conforme o alvo muda de posição”, defende o engenheiro. Para isso, os indicadores têm papel fundamental: “Sempre que falamos em indicadores, pensamos automaticamente em números e dados coletados, mas um indicador pode ser qualquer informação que apóie a tomada de decisões no processo de gestão. Por exemplo, agressão de familiares de pacientes a funcionários. Não é preciso saber o número de ocorrências; apenas o fato de haver ocorrências aponta que algo está errado”, explica.
            Nesse panorama, as instituições acreditadas pela metodologia da Joint Commission International (JCI), umas das mais antigas e conceituadas organizações de acreditação do mundo - representada exclusivamente no Brasil pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) - levam vantagem, pois podem alinhar seu planejamento de acordo com as metas e padrões preconizados pela acreditadora. “Um planejamento em consonância com os padrões do CBA certamente trarão um retorno, quer com uma substancial melhoria na confiabilidade dos processos, com a redução de acidentes, erros médicos, multas etc., quer na eficiência e efetividade operacional. Nos Estados Unidos, sede da JCI, as instituições que, com a acreditação, conseguem mostrar estarem preparadas para lidar com eventos adversos, obtêm decisões muito mais favoráveis na Justiça, caso haja uma fatalidade que venham a enfrentar”,afirma o especialista.
Para sensibilizar e capacitar os gestores para montar e implantar um plano estratégico de forma eficiente, o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) oferece nos dias 22 e 23 de março o curso Gestão Estratégica, ministrado por Célio Galvão. A meta do curso é qualificar profissionais de saúde, gestores e lideranças intermediárias em planejamento estratégico, monitoramento e correção de rumos.
            As inscrições para o curso podem ser realizadas pelos e-mails eventos@cbacred.org.br ou ensino@cbacred.org.br ou através dos telefones (21)3299-8241, 3299-8202 e 3299-8234. Com carga horária de 16 horas, o curso acontece na sede do CBA, que fica na Rua São Bento, 13, Centro, Rio de Janeiro. Outras informações no site www.cbacred.org.br

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