sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Hospitais da PB utilizam música para agilizar cura e elevar a auto-estima dos pacientes



Que a música faz bem ao corpo e a mente, todo mundo sabe. Acalma, relaxa, alegram, traz à tona lembranças e saudades e – acredite – também cura. Uma pesquisa realizada pela Escola de Medicina da Universidade de Maryland, em Baltimore, nos Estados Unidos, analisou 10 mil voluntários fumantes e sem problemas de saúde.  Os cientistas pediram aos pacientes que elegessem uma canção que os fizesse se sentir bem e outra que aumentasse a ansiedade.

Após a pesquisa, os cientistas perceberam que os vasos sanguíneos dos voluntários se dilataram em 26% após ouvirem uma música alegre, enquanto as canções que lembravam tristeza e causavam ansiedade provocaram uma redução de 6% no fluxo sanguíneo.

Você sabe por que isso acontece? Quando escutamos música, nosso ouvido transforma os sons em estímulos elétricos que chegam ao nosso cérebro provocando o aumento da produção de endorfina.  Este hormônio, por sua vez, causa sensação de bem-estar e relaxa o corpo, diminuindo os batimentos cardíacos e a pressão arterial.  A musicoterapia é, em sua essência, uma forma de tratamento que utiliza a música para ajudar no tratamento de problemas, tanto de ordem física quanto de ordem emocional e mental.

Em João Pessoa, o Governo do Estado oferece a musicoterapia gratuita aos pacientes nos Hospitais Edson Ramalho, Juliano Moreira e Clementino Fraga. No Edson Ramalho, o processo terapêutico foi implantado em 2009, quando foi instalada a UTI Neo Natal. De acordo com a fonoaudióloga Fernanda Ribeiro, que criou o protocolo de musicoterapia, a música é trabalhada com os recém nascidos prematuros e cardiopatas. As sessões acontecem às 6h e às 17h.

Para esse trabalho, são usados CDs com diversos gêneros musicais que são escolhidos de acordo com a situação clínica de cada paciente. De acordo com Fernanda Ribeiro, a musicoterapia age em vários hormônios como na diminuição do Cortisol (stress), Seratonina (prazer) e a Endorfina (o hormônio da dor). "Dentro dos parâmetros fisiológicos, esse projeto de humanização ajuda no controle dos batimentos cardíacos, da respiração, da temperatura, da saturação do oxigênio, como também trabalha a escala da dor”, explicou a fonoaudióloga.

Outra ação importante da musicoterapia, segundo Fernanda Ribeiro, é que durante as sessões a criança estimula a sucção na hora de amamentar além de outros benefícios que ajudam na recuperação delas.

Juliano Moreira e Clementino Fraga- No Complexo Hospitalar Juliano Moreira, a diretora geral Flávia Fernando Lima da Silva explicou que, para que o projeto fosse implantado, foram realizadas oficinas de qualificação para a música com a participação dos funcionários que têm o dom e as habilidades para a música. A partir daí, o grupo passou a trabalhar a musicoterapia junto aos pacientes. Denominado de "Arte Por Trás dos Muros”, a musicoterapia funciona há dois meses no local.

De acordo com o coordenador do projeto, o músico Ramon Bronzeado, o grupo é formado por sete membros, entre musicistas e percursionistas. Sempre aos finais de semana e feriados eles levam alegria e descontração por meio da música aos pacientes. "Os usuários interagem com a gente e participam, cantando suas músicas preferidas e isso ajuda na ressocialização como também tem a sua função terapêutica, ou seja, ajuda na cura da doença”, comentou Ramon Bronzeado.

Já no Hospital Clementino Fraga, referência no tratamento das doenças infecto-contagiosas como: DST/AIDS, tuberculose, hanseníase e hepatites virais, há o trabalho de cantoterapia juntos aos pacientes que se encontram internados. O objetivo, segundo o psicólogo Willian dos Santos Moreno, idealizador e executor do projeto, é utilizar a música como instrumento de resgate da auto-estima. "Queremos proporcionar momentos alegria e descontração a estes usuários dos serviços de saúde do hospitalar, além de oferecer algum alívio do stress hospitalar”, disse o psicólogo.

Segundo Willian Moreno, a ideia é trazer a música para o interior do ambiente hospitalar, já que geralmente é associado como um lugar de dor e solidão, " para que, assim, possamos contribuir para uma melhor qualidade de vida desses pacientes, já que estão envolvidos em um tratamento prolongado e diante muitas vezes de patologias que envolvem o preconceito e o distanciamento de seus familiares”, completou.

O projeto ainda conta com a participação direta de outros profissionais da área do serviço social, enfermagem e psicologia do Hospital, que atuam na assistência e no tratamento dos pacientes, criando assim um grande grupo de apoio com a intenção de promover a motivação apara a participação do processo grupal.

Segundo a diretora geral do Clementino Fraga, Adriana Teixeira, a cantoterapia é um trabalho lindo e os pacientes necessitam muito desse tipo de atividade de resgate da auto-estima. "Sempre apoiamos esse tipo de ação que faz parte de uma política de humanização do paciente e do acompanhante, que é também a política utilizada pelo Governo do Estado em toda sua rede de hospitais”, destacou. Os encontros são realizados nas dependências do hospital sempre nos fins de semanas e destinado a todos os pacientes do hospital.

As sessões de musicoterapia nos hospitais estaduais são realizadas em grupo ou individuais e dependem do perfil de cada paciente. Em geral, eles passam por uma avaliação, com um questionário em que relatam todo o seu histórico de saúde e suas preferências musicais. Depois disso, passam por sessões de audição e produção de diversos tipos de sons, e são aliadas atividades que tenham a ver com o seu problema a músicas que o trazem ao equilíbrio.

O poder da música na saúde – Segundo estudos, a música trabalha os hemisférios cerebrais, promovendo o equilíbrio entre o pensar e o sentir, resgatando a "afinação" do indivíduo, de maneira coerente com seu diapasão interno. A melodia trabalha o emocional, a harmonia, o racional e a inteligência. A força organizadora do ritmo provoca respostas motoras, que, apor meio da pulsação, dá suporte para a improvisação de movimentos, para a expressão corporal.

Pela musicoterapia, qualquer paciente é susceptível de ser tratado, de acordo com o tipo de necessidade. A musicoterapia tanto pode ajudar crianças com deficiência mental quanto a pacientes com problemas motores, aqueles que tenham tido derrame, os portadores de doenças mentais, como o psicótico, ou ainda pessoas com depressão, stress ou tensão elevada. O tratamento tem servido também para cuidar de portadores de HIV e câncer e ainda ser coadjuvante em outras técnicas terapêuticas. Não há restrição de idade: de bebês a idosos, todos podem ser beneficiados, se a música foi aplicada corretamente

Secom-PB


3 comentários:

housewife disse...

Alguém já disse que quem canta os males espantam.

housewife disse...

Gostaria que fossem postados aqui por onde anda tanta gente que trabalhou na unidade, fotos de todos os diretores da unidade desde da inauguração,homenagens a aqueles que foram importantes e trabalharam para engrandecer essa unidade e já não estão entre nós.E dos que estão em tratamento médico como drºErasto?

Helox8 disse...

Cris,ótima ideia,vou começar a pesquisar.

Postar um comentário

 
Design by Wordpress Theme | Bloggerized by Free Blogger Templates | JCPenney Coupons