segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Governo desiste de aumentar curso de medicina em dois anos





Pela nova proposta, residência será obrigatória no final da graduação

da redaçãod o Jornal da Saúde
com informações do portal Terra

O governo federal desistiu de acrescentar dois anos na graduação de medicina. A nova proposta é que todos os recém-formados atuem no SUS durante a residência médica.

A confirmação da desistência do governo de ampliar de seis para oito anos os cursos de medicina no país foi anunciada pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, nesta quarta-feira (30).

As mudanças foram anunciadas pelo ministro após reunião com dirigentes de universidades federais - e aconteceu no mesmo dia em que médicos fizeram paralisação nacional para protestar contra medidas do programa Mais Médicos. O governo aceitou sugestão de uma comissão de especialistas que analisa o programa após sucessivas criticas de entidades médicas e faculdades de medicina à proposta.

Pelo novo modelo, os médicos vão continuar concluindo o curso em seis anos. No entanto, a residência passará a ser obrigatória a partir de 2018. No primeiro ano da residência, o médico deverá atuar na atenção básica, urgência e emergência do SUS, dentro da sua especialidade (pediatria, cardiologia, ginecologia, etc).

"É evidente que algumas especialidades são mais disputadas, terão exames de seleção. Mas terá vaga para todo estudante de medicina. A partir de 2018, queremos condicionar para algumas atividades da medicina a obrigatoriedade da residência, a exemplo do que ocorre em alguns países", disse o ministro.

As mudanças na proposta serão encaminhadas à Câmara dos Deputados, que analisa a medida provisória que cria o programa Mais Médicos. O governo ainda analisa mudanças no currículo das graduações de medicina, para que os estudantes tenham mais contato com a atenção básica no SUS.

Lançado em julho, por medida provisória, o Programa Mais Médicos tem como meta levar profissionais para atuar durante três anos na atenção básica à saúde em regiões pobres do Brasil, como na periferia das grandes cidades e em municípios do interior. Para isso, o Ministério da Saúde pagará bolsa de R$ 10 mil.

O programa também prevê a possibilidade de contratar profissionais estrangeiros para trabalhar nesses locais, caso as vagas não sejam totalmente preenchidas por brasileiros. A medida tem sido criticada por entidades de classe, sobretudo, pelo fato de o programa não exigir a revalidação do diploma de médicos de outros países.

A decisão de universalizar a residência médica não agradou as entidades médicas. De acordo com o diretor da Associação Médica Brasileira (AMB), José Bonamigo, não há condições para ampliar a oferta de vagas na velocidade que o governo quer. Já o Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular recebeu a notícia do governo com otimismo e disse a residência obrigatória no SUS é positiva desde que seja proporcionado um ambiente adequado para a prática. O Conselho Nacional de Educação vai discutir, nos próximos dias, a possibilidade de criar um marco regulatório para a residência médica. A residência é uma especialzação que, até hoje, não tem diretrizes específicas.

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