terça-feira, 13 de agosto de 2013

Cresce o apoio ao programa Mais Médicos





Pesquisa mostra que maioria da população é a favor de médicos estrangeiros e apoio institucional também aumentou


da redação do Jornal da Saúde
com informações da Folha de S. Paulo e do Blog da Saúde

Uma pesquisa feita pelo Instituto Datafolha revelou que a maioria dos brasileiros é a favor da contratação de médicos estrangeiros para atuar no interior e nas periferias das grandes cidades.

As informações foram publicadas pelo site do jornal “Folha de S.Paulo”. A pesquisa ouviu os entrevistados entre quarta e sexta-feira da semana passada.

Uma pesquisa semelhante feita em junho apontou que o índice de aprovação era de 47%. Naquele mês, 48% dos entrevistados se manifestaram contrários ao projeto, agora esse percentual caiu para 40%. O Datafolha fez 2.615 entrevistas em 160 cidades do país entre quarta e sexta-feira da semana passada. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

O apoio de instituições ao programa também cresceu. Instituições como OPAS/OMS, Conselho Nacional de Saúde (CNS), Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES),Confederação das Mulheres do Brasil, e muitas outras, já se declararam favoráveis ao programa que irá levar médicos para as periferias das grandes cidades e municípios do interior do país.
Instituído pela presidenta Dilma Rousseff, o programa faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Além de levar médicos para perto da população, o programa investe em infraestrutura de unidades de saúde e na utilização adequada de recursos.

O presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), José Fortunati, não aceita o argumento de alguns médicos que dizem não trabalhar nas periferias das grandes cidades por falta de estrutura. “Dou o exemplo de Porto Alegre, um dos municípios do Brasil que mais oferece condições adequadas para o trabalho dos profissionais na área da saúde. E mesmo assim, faltam 200 médicos para atender nas periferias”, explica. (veja o depoimento)

No primeiro mês de seleção, 938 profissionais brasileiros já confirmaram a participação no Mais Médicos. A maioria atuará nas periferias de capitais e regiões metropolitanas e a outra parte em municípios do interior de alta vulnerabilidade social, totalizando 404 cidades e 16 distritos sanitários indígenas atendidos na primeira chamada de profissionais com diplomas válidos no Brasil. Esses números devem mudar com a homologação dos 1.082 profissionais, brasileiros e estrangeiros, que confirmaram a participação nesta segunda-feira (12).

O presidente da Associação Brasileira de Municípios (ABM), Eduardo Tadeu Pereira, diz que existe uma grande expectativa no programa, por parte dos prefeitos que estão tentando contratar médicos em suas cidades e não conseguem. “O ponto mais importante do programa é a criação de mais vagas nos cursos de medicina, porém isso só vai ter resultado em médio prazo. Por isso, considero fundamental o acordo do governo brasileiro com governos de outros países para trazer médicos estrangeiros para atender nas periferias das regiões metropolitanas e nas regiões mais afastadas dos grandes centros. O Ministério tá no caminho certo”, defende.

O governador do Acre, Tião Viana, também apoia o programa. Ele acredita que o governo está atuando com coragem. “Não podemos ter medo desse debate”. Para o governador, o Mais Médicos atua da forma correta, buscando a qualidade da saúde sem deixar de observar a realidade brasileira. “Na falta de médicos brasileiros devem ser chamados profissionais de qualquer país. O mundo é globalizado em tudo. Porque não em profissionais e seres humanos?”, disse Viana.
Como definido desde o lançamento do programa, os brasileiros têm prioridade no preenchimento dos postos apontados. As vagas remanescentes são oferecidas primeiramente aos brasileiros graduados no exterior e em seguida aos estrangeiros. Os médicos com diplomas de fora do Brasil vão atuar com autorização profissional provisória, restrita à atenção básica e às regiões onde serão alocados pelo programa.

O secretário de saúde do estado da Bahia, Jorge Solla, considera o Mais Médicos uma politica muito importante. Para ele, é a primeira vez que o estado brasileiro se propõe a desenvolver ações para regulação da formação profissional do médico. “O programa propõe ações de médio e longo prazo mais estruturantes, como a ampliação da formação de novos profissionais na graduação e em programas de residência. E em paralelo, trabalha com medidas emergenciais para a contratação de profissionais para a atenção básica, na medida em que ela é prioritária para garantir o acesso da população ao nosso Sistema Único de Saúde” (assista o depoimento)

O número de vagas preenchidas, até o momento, equivale a 6% da demanda dos municípios, que apontaram a necessidade de 15.460 médicos para completar seus quadros na atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS). Apenas 11,4% dos 3.511 que aderiram à iniciativa vão receber profissionais nesta etapa. O programa está no início e o processo continua aberto. A próxima chamada começa em 15 de agosto.

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