sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Grandes amigos podem de fato se envolver emocionalmente?


ANA CAROLINA DE FREITAS NOTÍCIAS -


Escritor e psicólogo Alexandre Bez analisa o comportamento de casais que nasceram a partir da amizade 

A relação entre amigos do sexo oposto, sem envolver qualquer interesse de relacionamento amoroso, é visto por muitos como impossível. Por isso este assunto é tão abordado nas telas de cinema e novelas, como no filme “O casamento do meu melhor amigo”. O longa conta a estória de Julianne (Julia Roberts), que se vê abalada ao saber que seu melhor amigo Michael (Dermot Mulroney) vai casar nos próximos dias. Diante dessa situação Julianne passa a sentir muitos ciúmes e se dá conta que sempre foi apaixonada por ele. 

Na vida real, quando isso acontece, inúmeras dúvidas e medos tomam conta da mente dos envolvidos. Fatores inconscientes presentes, como o desejo recalcado; dilemas pessoais repousados no passado; fraquezas emocionais armazenadas nos pensamentos mais secretos são frequentes nessas situações. 

O desejo pode remeter a pessoa a se aproximar de seu amigo(a), mas agindo através de uma postura completamente antagônica a de que realmente gostaria. Essa ação pode ser proposital (consciente), ou não programada (inconsciente). A finalidade de ambos é estar perto e participando da vida do outro. Vale ressaltar, entretanto, de que não é só o puro romantismo pelo amigo(a) que deve ser destacado. Muitas vezes o sujeito se deixa levar pelo desejo de passar apenas uma noite com a pessoa. 

A amizade, enquanto unidade relacional verdadeira, pode também constar como atuante na tarefa de se aproximar mais profundamente do outro. Nesse caso, portanto, eventuais decepções amorosas (por não ter dado certo), ou sofrimentos (pela não correspondência), estarão automaticamente descartados. A situação da proximidade amistosa fica mais confortável quando é composta por uma unidade de sentimentos e desejos dos dois, podendo ainda se tornar um pesadelo aos amigos, quando esses sentimentos são alimentados por somente uma das partes. Quando a paixão for intensa a atitude do amigo (a) pode ser baseada na inconveniência, já quando há as questões e sentimento mais nobres como o amor, a tolerância é maior, pois existe paciência permeando a relação.

Em todos os casos, onde a origem intencional da atitude de estar mais presente na vida do amigo(a) for idônea, é confortante e positivo. No entanto, a necessidade do entendimento de que um possível revés sentimental pode ocorrer se faz necessária, justamente pela carência da natureza da reciprocidade sentimental. Antes de “mergulhar de cabeça na relação" é conveniente saber distinguir e conhecer os sentimentos e as intenções do outro para não ficar navegando cegamente e com falsas e/ou ilusórias esperanças num profundo e imenso mar azul, ou seja, os amigos só podem se envolver quando o desejo for comum aos dois.

Confira algumas dicas do especialista:

• Distingue se o sentimento que existe é um amor conjugal, ou apenas um carinho normal entreamigos.
• Antes de tomar qualquer atitude mais avançada em relação ao seu amigo(a), certifique-se de que ele(a) será solicito(a) à origem de seu desejo, caso contrário desista da abordagem para não perder a amizade.
• Você pode se aproximar do seu amigo(a), mas este não é obrigado a corresponder com os mesmos desejos. Por isso, vá com calma para não se magoar.
• Mantenha sempre o respeito, assim como o interesse na relação deve ser sempre pontuado.

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