segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Estudo do Ministério da Saúde analisa prevenção ao HIV nas empresas brasileiras





                                                                        Um estudo realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Conselho Empresarial Nacional para a Prevenção ao HIV/Aids (CEN AIDS) e o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids analisou a prevenção ao HIV nas empresas brasileiras. Foram entrevistadas 2.486 empresas de todas as regiões do país e 68% das empresas pesquisadas consideram que o tema DST e aids deve ser discutido no local de trabalho, mas apenas 14,5% realizam ações e programas sobre essas doenças.

Leia matéria na íntegra publicada no site do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde: 

"Na minha empresa, todas as pessoas são casadas...", "Aqui na empresa só tem um homossexual...", "A minha cidade é pequena e não tem aids por aqui...". Essas são algumas das colocações recolhidas em pesquisa do Ministério da Saúde com empresas, para justificar a não realização de ações de prevenção das DST e aids, no ambiente de trabalho. O levantamento sobre a resposta empresarial brasileira ao HIV e aids é o primeiro amplo estudo no país a apresentar um panorama das ações de prevenção à aids desenvolvidas por pequenas e médias empresas de todo o país.

“Respostas como essas indicam que a aids no ambiente de trabalho ainda é um tema cercado de muito desconhecimento e preconceito e que muito ainda precisa ser feito para incentivar o desenvolvimento de programas de prevenção e informação sobre a doença no país”, explica Dirceu Greco, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde.

Foram entrevistadas 2.486 empresas de todas as regiões do país, o que representa cerca de 400 mil trabalhadores. Embora 68% das empresas pesquisadas considerem que o tema DST e aids deve ser discutido no local de trabalho, apenas 14,5% realizam ações e programas sobre essas doenças em seus ambientes de trabalho.

Realizada em parceria com o Conselho Empresarial Nacional para a Prevenção ao HIV/Aids (CEN AIDS) e o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, o estudo terá suas conclusões preliminares divulgadas durante o IX Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids, em São Paulo. A divulgação completa dos resultados está prevista para a semana do Dia Mundial de Prevenção ao HIV/Aids no Ambiente de Trabalho, 8 de outubro.

“Esses resultados preliminares e a resposta à epidemia de aids e outras doenças sexualmente transmissíveis no local de trabalho indicam que o CENAIDS deverá continuar no trabalho de mobilização do empresariado, no sentido da prevenção. No entanto, a forma de abordar e atuar a prevenção nesse cenário parece ser o grande desafio", ressalta Neusa Burbarelli, presidenta do CENAIDS.

Recomendação OIT 200 - Atenta à importância da questão, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou em junho de 2010 uma série de recomendações para promover ações de proteção à saúde do trabalhador. São princípios para orientar políticas e programas de responsabilidade social na gestão empresarial voltados à prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e aids no mundo do trabalho. O documento, aprovado na 99ª sessão da Conferência da OIT em Genebra, foi submetido ao Congresso Nacional, em 2012.

Surgido da necessidade de combinar todos os esforços, públicos e privados, para conter a disseminação do HIV e aids no Brasil, o CEN AIDS propõe que as empresas falem abertamente sobre as questões de sexualidade e DST no ambiente de trabalho, adequando a ação às dinâmicas das empresas. Além disso, o CEN AIDS tem como missão mobilizar o setor empresarial para o enfrentamento da epidemia de HIV e aids, fortalecendo o exercício da responsabilidade social e a sustentabilidade das empresas, independentemente de atividade, porte ou região.

A infecção pelo HIV afeta, sobretudo, pessoas em idade produtiva. Estima-se que nove de cada 10 pessoas vivendo com HIV sejam jovens adultos. De toda a população soropositiva, a maioria tem entre 15 e 49 anos, faixa etária que inclui a maior parte da mão de obra ativa. Do surgimento da epidemia até 2005, um estudo da Organização Internacional do Trabalho aponta que 28 milhões de trabalhadores podem ter perdido suas vidas em consequência da aids. Esse número poderá chegar a 74 milhões, em 2015, transformando a aids em uma das maiores causas de mortalidade no mundo do trabalho.

Redação da Agência de Notícias da Aids

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