domingo, 29 de julho de 2012

                                                                             


 Foto de Danilo Tanaka
                                                                                 Em abril de 1962, cirurgiões americanos realizaram a primeira cirurgia que implantava próteses de silicone nas mamas. O que eles não faziam ideia é que, após cinquenta anos, esse tipo de procedimento seria a segunda cirurgia mais realizada em todo o mundo, ficando atrás apenas da lipoaspiração. De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, foram realizadas 1,5 mil cirurgias no ano de 2010 e o Brasil está em segundo lugar no ranking de países que mais fizeram implantes mamários. O que se calcula é que 110 mil brasileiras realizam esse tipo de procedimento anualmente. "Estima-se que cerca de 700 mil cirurgias plásticas sejam realizadas anualmente no País. Dentre estas, por volta de 19% são de implantes mamários", afirma Fabio Rosa de Almeida, cirurgião plástico do Hospital Israelita Albert Einstein (SP). A revista VivaSaúde conversou com diversos especialistas para esclarecer o passo a passo da cirurgia, além de mostrar quais são os cuidados necessários para evitar complicações, garantindo, assim, que a sua saúde seja preservada.


Riscos à saúde
Como recentemente ocorreram episódios com próteses de silicone que romperam, o assunto virou notícia em todos os jornais. Mas afinal, colocar prótese de silicone pode pôr em risco a saúde? Para o diretor-geral da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Carlos Alberto Komatsu, é preciso ter em mente que qualquer procedimento cirúrgico apresenta riscos de complicações como infecções, hemorragias, necroses, problemas na anestesia, tromboses, reações alérgicas ou rejeições (quando é necessário retirar as próteses e colocar novamente). "E o melhor a fazer nesses casos é discutir com o especialista todas as dúvidas detalhadamente, para que o paciente tenha conhecimento de todas as fases da cirurgia", opina.

Já em relação ao rompimento das próteses, Dov Charles Goldenberg, cirurgião do Hospital Samaritano (SP), declara que a questão foi um caso à parte e não deve ser um parâmetro para quem está pensando em aumentar as mamas. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a suspensão da importação das próteses de silicone até que o Inmetro crie um sistema de avaliação de qualidade e os fabricantes passem pelos testes para obter um selo de aprovação. "Os testes serão realizados por laboratórios designados pela Anvisa e pelo Inmetro, que verificarão a resistência e a composição do silicone", diz Almeida.

Os especialistas afirmam que são raros os casos de rompimento, mas é preciso trocar as próteses depois de 10 a 15 anos para evitar esse tipo de problema. Além disso, há tambémo risco de rejeição. "O fato é que podem surgir regiões endurecidas na mama, dor local e deformidade da prótese. Dependendo da intensidade destes fenômenos, pode até ser necessária a remoção da prótese ou ainda sua troca por uma nova", afirma a médica cirurgiã Andrea Boldrin Soares, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Na hora da consulta
O primeiro passo para quem quer colocar próteses de silicone é procurar um especialista credenciado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), que opere em ambiente hospitalar e utilize implantes de procedência conhecida. Durante a consulta, será avaliado qual o tipo de prótese e volume recomendado de acordo com a idade e porte físico da paciente. Além disso, será determinado como será a cirurgia e o posicionamento da prótese.

"O mais importante da consulta é esclarecer todas as dúvidas: o procedimento, qual o material utilizado (marca da prótese), efeitos adversos, cicatriz, anestesia e cuidados pós-cirurgia", fala Andrea. A intenção desse contato é que a paciente saia da consulta com plenas condições de decidir sobre a realização ou não da cirurgia. Os médicos ressaltam que a escolha do profissional não deve ser feita apressadamente e a paciente deve pensar, pesquisar e até procurar opiniões de outros especialistas para tomar uma decisão consciente e com total segurança.

A prótese de silicone pode ser implantada embaixo da glândula mamária (retroglandular), por baixo do músculo peitoral (retromuscular) ou ainda no plano subfascial (via axilar). A cirurgia pode ser realizada sob anestesia geral, por bloqueio (peridural) ou anestesia local mais sedação. É um procedimento de baixo risco se realizado em condições ideais. "O implante é colocado em um espaço criado pelo cirurgião, atrás da glândula mamária ou atrás do músculo peitoral maior (que fica atrás da glândula), por meio de uma incisão com cerca de 4 cm, posicionada no sulco mamário, ao redor da borda inferior da aréola ou na região axilar, por onde há acesso ao espaço retroglandular", afirma Goldenberg.



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