segunda-feira, 14 de maio de 2012

Rio+20: 183 países estarão presentes

Dos 193 países que integram a Organização das Nações Unidas (ONU), 183 já confirmaram participação na Conferência Rio+20 e 135 já solicitaram direito de se pronunciar. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, participou, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, de um debate sobre o evento que reuniu mais de 60 jornalistas dos veículos de comunicação brasileiros e estrangeiros. A seu lado estavam o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, o jornalista André Trigueiro e o ecologista Sérgio Besserman.

Segundo a ministra, o papel da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que acontece entre os dias 13 e 22 de junho na capital fluminense, será o de viabilizar um compromisso formal entre as nações envolvidas de colocar a questão ambiental no centro das decisões sobre o desenvolvimento com inclusão.


Geopolítica


A ministra salientou que, nesse sentido, o encontro já começou. "Não é mais a discussão de questões ambientais, mas de uma geopolítica do desenvolvimento", analisa. Diferente da Rio-92, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável vai além de um debate envolvendo meio ambiente. Para ela, todos os segmentos sociais fazem parte do debate global, que será sobre economia verde, sustentabilidade e combate à pobreza.


De acordo com Izabella Teixeira, "temos [os participantes da Rio+20] que ter a coragem de inovar". Ela acredita que os países em desenvolvimento estarão preparados para assumir metas de sustentabilidade até 2030. "Não nos interessa o modelo de desenvolvimento que foi adotado no passado pelos países desenvolvidos", salienta.


O engajamento da sociedade civil será um dos maiores legados do encontro, avalia a ministra. Até agora, além da Cúpula dos Povos e da Arena Social e Ambiental, que ocorrem no Aterro do Flamengo, já estão confirmados 500 eventos paralelos à conferência envolvendo vários setores.


Presenças


Em Brasília, foi confirmado que os presidentes Jacob Zuma (África do Sul) e Vladimir Putin (Rússia), além do primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, e da China, Wen Jiabao, estarão na Rio+20. No começo da semana, o presidente eleito da França, François Hollande, que elogiou a política social do Brasil, também confirmou sua vinda ao país para o evento.


Por enquanto, 116 chefes de Estado e de Governo informaram que estarão presentes às discussões. Muitos governos enviarão ministros e assessores para o evento por dificuldades com a agenda política interna. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por exemplo, está em campanha pela reeleição.


O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que o desafio da Conferência é buscar o consenso, sem acentuar as diferenças. "A proposta da Rio+20 é lançar um olhar crítico, com equilíbrio e [buscando resolver as] lacunas, mostrando as áreas em que avançamos. Os países podem mostrar isso individualmente, mas existem outras áreas em que os avanços foram negligenciados", disse o chanceler, definindo as dificuldades em alinhavar consensos.


Segundo Patriota, porém, os desafios não podem afetar a expectativa de que a Rio+20 consagrará um marco sobre preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e economia verde, definindo um novo padrão para o setor. "A diplomacia consiste em conciliar multiplicidade de interesses. O interessante nesses objetivos é que se dirigem a todos os países da comunidade internacional".


Consensos


O porta-voz do Itamaraty, o embaixador Tovar Nunes, acrescentou que, como anfitrião do evento, o Brasil tem o papel de promotor da busca de consensos. "Como anfitriões, os brasileiros devem servir como uma espécie de ponte entre as polarizações existentes, buscando a consolidação de uma agenda positiva", disse.


Nos debates que antecederão a Conferência e durante a Rio+20, os brasileiros destacarão a necessidade de conciliar as questões relativas à preservação ambiental, ao desenvolvimento sustentável e à economia verde com inclusão social. As autoridades querem mostrar que os avanços registrados no país credenciam o Brasil para a proposta.


Nas discussões, os brasileiros também defenderão a participação de populações excluídas nos debates. Graças a isso, haverá um espaço exclusivo para esses grupos e para as organizações não governamentais no Aterro do Flamengo, no Rio, denominado Cúpula dos Povos.

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