Rio 23/01/2012
Repassando informação postada pelo CMS Padre Miguel, que considero de utilidade pública.
Um dia após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciar que o Sistema Único de Saúde (SUS) vai pagar por cirurgias para a remoção das próteses de silicone adulteradas das marcas Poly Implant Prothese (PIP) e Rofil, em caso de ruptura, o Ministério da Saúde ainda não sabe qual o impacto financeiro que isso terá nos cofres públicos, segundo confirmou, nesta quinta-feira, a assessoria de imprensa da pasta.
O valor de uma cirurgia particular para a remoção das próteses varia entre R$ 6 e R$ 10 mil, dependendo do caso. Segundo estimativas da Anvisa, 12.267 mulheres estariam com as próteses problemáticas, o que representaria um custo mínimo de R$ 73.602.000, caso todas fossem substituídas.
"Em custos totais, estima-se algo em torno de R$ 6 a R$ 10 mil, mas isso é muito variável", afirma o secretário-geral da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), doutor Denis Calazans. Perguntado sobre os valores pagos pelo SUS, o médico diz que ainda não se tem o detalhamento de custos. "Estamos priorizando a assistência aos pacientes. Quanto a detalhes maiores, até pela logística da coisa, isso vai ser definido na quarta-feira da semana que vem".
O Ministério da Saúde anunciou que vai arcar com os custos da remoção, mas, segundo sua assessoria de imprensa, os custos desses procedimentos ainda estão em fase de levantamento. Na semana que vem, a Anvisa, Ministério da Saúde e entidades médicas se reunirão para estabelecer como serão as regras para o atendimento.
Calazans diz que a orientação da SBCP é para que todas as pacientes portadoras das próteses PIP e Rofil procurem seus cirurgiões plásticos para avaliação e decisão conjunta. "A recomendação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica é de que essas próteses sejam substituídas, porém, sem urgência. Isso é facultado à paciente, se ela for portadora da prótese e quiser continuar usando, realizando um acompanhamento periódico e regular com o seu cirurgião, ela pode, sem problema algum".
Segundo a Anvisa, foram importadas para o Brasil 34 mil unidades das próteses problemáticas. Cerca de 24 mil teriam sido utilizadas e as outras 10 mil recolhidas. Um censo realizado pela SBCP, em 2009, apontou que a cirurgia para a aplicação de próteses mamárias era a mais realizada pelos 5,2 mil cirurgiões plásticos associados. As estimativas são de que 120 mil implantes mamários tenham sido realizados no último ano no Brasil.
Os produtos foram importados para o Brasil pela empresa Pharmedic Pharmaceuticals e não podem mais ser comercializados no País. A prótese mamária Rofil obteve seu primeiro registro em setembro de 2001, encaminhado pela Pró Life e cancelado a pedido da própria empresa em setembro de 2006.
Em 2004, a empresa Andema Comercial obteve dois registros para a prótese Rofil, que venceram em setembro de 2009 e não foram renovados. Já em janeiro de 2009, um novo registro foi publicado pela Anvisa para a Pharmedic Pharmaceutical.
A Anvisa, a partir da ampla investigação sobre as próteses mamárias da empresa francesa PIP, também analisou a documentação do registro da prótese mamária Rofil e identificou que a fabricação do produto foi terceirizada para a PIP, que admitiu ter utilizado silicone industrial, ou seja, alterado o processo produtivo, não correspondendo às informações técnicas comprovadas fornecidas para o registro.
Daniel Favero
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