quarta-feira, 20 de março de 2013

Defensoria Pública vai ajuizar ação para retomada de transplantes renais no Hospital de Bonsucesso



A Defensoria Pública da União (DPU) ajuizará hoje (19) ação civil pública exigindo que o governo federal contrate imediatamente médicos para que o Hospital Federal de Bonsucesso retome as cirurgias de transplantes renais e hepáticos.



A Defensoria Pública da União (DPU) ajuizará hoje (19) ação civil pública exigindo que o governo federal contrate imediatamente médicos para que o Hospital Federal de Bonsucesso retome as cirurgias de transplantes renais e hepáticos, informou o defensor público da União, Daniel Macedo. Desde dezembro, o hospital deixou de prestar o atendimento por causa da saída de profissionais. A unidade responde por 70% dos transplantes renais do estado e é a única da rede pública a fazer esse tipo de cirurgia em crianças e adultos.

Segundo o defensor, a ação ainda vai propor a aplicação de multa diária no valor de R$ 100 mil em caso de descumprimento. Para Macedo, a suspensão das cirurgias sobrecarregou o sistema de hemodiálise. “A omissão já perdura desde 2010. A necessidade vem sendo comunicada ao Ministério da Saúde e ele nada fez. São vidas humanas desprezadas pela União”, disse o defensor.

O Ministério da Saúde informou que começou o processo para a contratação de equipes médicas para o hospital nas especialidades cirúrgicas vascular, urologia e anestesiologia. De acordo com nota do ministério, as equipes vão retomar os serviços de transplante renal, o que deve ocorrer nos próximos 15 dias. Com a falta de atendimento, alguns pacientes foram transferidos para outros centros de transplantes, informou a pasta. Neste ano, cerca de 15 pacientes acompanhados pelo Hospital de Bonsucesso e aptos a fazer o transplante foram transferidos. Entre os pacientes, uma criança foi levada para São Paulo, onde fez o transplante renal, conforme o ministério.

O diretor da Associação dos Renais e Transplantados do Rio de Janeiro, Alfredo Pereira Duarte, está há dois anos na fila aguardando por um transplante de rim. Ele já foi chamado duas vezes, mas acabou não passando pela cirurgia porque outros pacientes com mais compatibilidade foram atendidos. “É um critério justo e altamente democrático. A compatibilidade é o que deve prevalecer. Em caso de empate, é atendido quem tem mais tempo na fila ou em caso de compatibilidade 100% ”, disse.

Segundo Alfredo Duarte, a suspensão dos serviços do hospital ocorreu no dia 5 de dezembro e desde então o atendimento aos pacientes que necessitam de transplantes piorou. De acordo com o diretor, médicos que atendiam no Hospital de Bonsucesso agora estão trabalhando no Hospital Estadual São Francisco, onde são atendidos apenas adultos - informação confirmada pelo coordenador do Programa Estadual de Transplantes, Rodrigo Sarlo.

O diretor da associação disse ainda que os médicos deixaram de trabalhar em Bonsucesso, porque foram suspensos os pagamentos de horas extras. “Quando os contratos terminaram, o hospital não renovou”, disse. De acordo com Duarte, em Campos, no norte fluminense, os pacientes também enfrentam dificuldades.

Lá, continuou o diretor, os pacientes não estão conseguindo fazer os exames de rotina em unidades públicas e por isso correm o risco de serem excluídos da lista de espera. “Os exames são pedidos para avaliar a condição do paciente e precisam ficar em dia. No caso do exame de sangue precisam ser refeitos a cada dois meses. Sem isso, eles não podem permanecer na lista de espera”, contou. O coordenador Rodrigo Sarlo disse que desconhece esta situação no município, mas que vai apurar como está a prestação do serviço.

Agência Brasil

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