segunda-feira, 30 de abril de 2012

Estudo avalia mortalidade de idosos devido à queda





                                                                   No Brasil, como em muitos países, a população está envelhecendo rapidamente. Esta tendência leva ao aumento na incidência de mortalidade de idosos devido a fraturas decorrentes de quedas. Segundo dados apontados pelo estudo Mortalidade em um ano de idosos após hospitalização por fratura decorrente de queda: comparação com idosos pareados da população, a mortalidade acumulada em um ano foi de 25,2% e 4% para idosos com e sem fratura grave, respectivamente. A pesquisa, publicada no volume 28, número 4 darevista Cadernos de Saúde Pública, destaca que as fraturas decorrentes de queda entre idosos são um grave problema de Saúde Pública e têm sido associadas com maior risco de morte. O estudo é assinado pelo pesquisador da ENSP Evandro Silva Freire Coutinho em parceira com as pesquisadoras do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro Katia Vergetti Bloch e Claudia Medina Coeli.

Para investigar o perfil de mortalidade de idosos que sofreram fraturas graves, foram investigados 250 indivíduos com 60 anos ou mais hospitalizados devido à fratura decorrente de queda, e 250 idosos de uma população local. Ambos foram acompanhados por um ano. Esses grupos foram pareados por idade, sexo, momento da hospitalização do caso e vizinhança. Os óbitos foram identificados por meio do relacionamento entre o banco de dados do estudo e a base de dados de mortalidade do estado. A mortalidade acumulada no período de um ano – 25,2% e 4% para idosos com e sem fratura grave – apontou que a distribuição dos óbitos não foi homogênea ao longo do tempo de seguimento. Segundo os autores, 2/3 das mortes entre pacientes ocorreram no 1º trimestre após a fratura. Doença cardíaca, pneumonia, sangramento digestivo, septicemia, embolia pulmonar, diabetes e AVE foram causas importantes de morte no ano que se seguiu à fratura.

Na pesquisa, foi realizada uma revisão sistemática que mostrou que os indivíduos que sofreram fraturas do quadril têm risco considerável de morte em relação aos indivíduos sem fraturas que vivem na comunidade. Os autores da pesquisa constataram ainda que o aumento do risco de mortalidade pode persistir por vários anos após o acidente. “Os resultados do estudo destacam a necessidade de intervenções direcionadas para esse grupo de alto risco. O objetivo principal da pesquisa é comparar o risco de mortalidade, no período de um ano, dos idosos hospitalizados por fratura após uma queda com o risco em um grupo controle sem fraturas”, citaram os autores. Os dados utilizados na análise foram obtidos a partir de casos e controles da comunidade com base em um estudo de caso-controle realizado para investigar fatores de risco e as consequências de quedas graves relacionadas com fraturas entre indivíduos com 60 anos e mais.

Resultados revelam que as mulheres representam 78% da amostra. A idade média foi 75,5 anos para os casos de hospitalizados e de 75,3 anos para os indivíduos de controle. O tipo mais comum de fratura encontrada foi da anca (72%), seguido por braço/antebraço (19%). De acordo com os pesquisadores, em 11 casos havia mais de um osso fraturado (4,4%), e 99% deles foram submetidos à cirurgia. “O risco de morte dentro do período de um ano foi cerca de seis vezes maior em indivíduos do grupo admitido no hospital devido a uma queda relacionada com fraturas do que no grupo de controle. Embora este resultado seja semelhante aos encontrados em duas revisões sistemáticas de fraturas de quadril, a relação de risco em nossa investigação foi maior do que aquela observada pela maioria dos estudos abrangidos por essas revisões. Este é o primeiro estudo a investigar o risco de mortalidade após uma fratura grave, em comparação a um grupo controle de comunidade entre os idosos em uma amostra brasileira”, justificaram os autores.

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