domingo, 29 de abril de 2012

1º de Maio, Dia do Trabalho: dá para equilibrar vida e carreira?




                                        O mundo inteiro comemora nessa terça-feira o Dia Mundial do Trabalho. Mas afinal, o que há para comemorar? O brasileiro realmente está feliz com o seu trabalho? O que se observa no mercado atual é que existe um constante conflito entre vida pessoal e carreira profissional. É cada vez maior o número de pessoas que não consegue harmonizar o serviço com a vida particular, o que gera inúmeros problemas

“O equilíbrio entre vida pessoal e profissional é importante para qualquer indivíduo e engana-se aquele que pensa que consegue excluir uma vida da outra. Sou uma pessoa e, portanto, tenho também uma vida profissional. Não sou um profissional e uma pessoa, sou uma pessoa cuja vida tem várias dimensões”, diz o filósofo Mário Sérgio Cortela, co-autor de Vida e Carreira : Um equilíbrio possível?” Publicado pela Papirus 7 Mares.

Ele ressalta que uma pessoa não deve procurar separar ou se dividir em dois, mas sim usar de suas características individuais para unir seu pensamento e assim se tornar um profissional e uma pessoa melhor.

“Posso realmente não levar uma atividade de trabalho para dentro de casa. Porém, quando alguém diz que não leva trabalho para casa geralmente está tentando separar vida profissional e vida pessoal, o que indicaria, em primeiro lugar, do ponto de vista psiquiátrico, esquizofrenia. Ou seja, alguém capaz de dividir de maneira tão nítida e com fronteiras que, de fato, não existem. Em segundo lugar, quando vou ao trabalho – no sentido de emprego - levo comigo a minha vida fora do trabalho. Da mesma forma, quando vou para a vida fora do trabalho, o trabalho vai junto – a circunstância, a animação, o desespero, o reconhecimento, a chateação”, afirma Cortella.

Pedro Mandelli, que assina a obra com Cortella, ressalta a importância de ser qualificado nas suas funções, de se pensar no dia-a-dia como trabalhador, de uma forma responsável, que compreende o espaço em que vive e tenta entender que o seu comportamento como pessoa influencia na vida profissional.

“Tomemos uma economia crescendo 2,5% ao ano – nesse caso, são milhões de pessoas no mercado e não há emprego. Então, existe uma tendência de que as pessoas fiquem mais agitadas porque precisam fazer sempre mais e melhor para continuarem empregadas, é uma situação que demanda maior empenho daqueles que estão empregados. Numa economia que cresce a uma taxa de 4% ou 4,5% as forças se equilibram – isto é, são muitas vagas, mas buscam-se os melhores. Portanto, o profissional ainda precisa ser bem melhor do que a média, mas há muitas vagas”, diz Mandelli.

Para os dois autores, o trabalhador encontrará o equilíbrio se souber agir perante a sociedade tentando aprimorar mais o “ser”, em vez de pensar apenas no “ter”. Ele cita uma frase do recentemente falecido escritor e chargista Millôr Fernandes que resume este pensamento: “O importante na vida é ter sem que o ter te tenha.” “É preciso ter em mente que eu não sou porque eu tenho. Na verdade, eu tenho porque eu sou, porque eu fiz”, diz. Mandelli conclui o pensamento: “Curta a vida em que a carreira está inserida, celebre seus sucessos, porque a vida é muito curta para ser triste, tediosa e mal-amada”.

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